segunda-feira, dezembro 03, 2007

ELEMÉR HORVÁTH

Nascido em Csorna em 1933, junto à fronteira austríaca, foi educado em Pannonhalma, um dos estabelecimentos de ensino mais cobiçados da Hungria, fundado em 966 d.C. pelo Príncipe Gaza, pai do rei Estéfan I (1000-1038), o primeiro monarca cristão da Hungria. Estudou na Faculdade de Filologia da Universidade de Budapeste mas logo após a revolução de 1956 fugiu para Itália onde continuou os seus estudos em Florença, e mais tarde em Roma, onde deixou por acabar um curso de História de Arte para em 1962 partir para os Estados Unidos, onde se naturalizou. Escreveu seis livros de poemas, exclusivamente na língua húngara. Trabalhou até à reforma como tipógrafo, em Nova Iorque. Um mestre do soneto, ELEMÉR HORVÁTH foi também um modernista. Foi-lhe atribuído o prémio Robert Graves em 1997 e o prémio Attila József no mesmo ano.



DE PROFUNDIS

[DE PROFUNDIS]


por causa de 56
executaram uns
outros passaram anos no cárcere
para cima
ou para baixo
dependendo do seu engenho

eu fui condenado
à prisão perpetua
com 22 anos
pelos meus futuros versos
sem possibilidade de indulto

na America


versão de JLBG e Juan Carlos Mellidez
a partir da tradução castelhana de György Ferdinandy,
Maria Teresa Reyes-Cortés e Jesús Tomé



§



A PALAVRA FINAL

[A VÉGSŐ SZÓ]


A Palavra final pertence ao Editor
ele tem um secretário da cultura
o Secretário tem um primeiro-ministro
o Primeiro-ministro tem um governo
o Governo tem uma polícia
a Polícia tem armas

Eu tenho um poema
o poema é um tirano
recusa assumir compromissos
no sentido estrito da palavra
é a palavra final

a neve é azul como uma laranja


versão de JLBG a partir da tradução inglesa de Nicholas Kolumban




6 comentários:

Anónimo disse...

belo.não conhecia.obrigado e bons escritos

Vitor Oliveira Jorge disse...

conhecem o meu blogue?
http://trans-ferir.blogspot.com
Saudações
Vitor Oliveira Jorge

cljp disse...

Excelente blog. Obrigado!
Abraço

Manuel de Panóias disse...

Horvath e Bella transmitem uma poesia pura, pungente e bela; apesar da melacolia da máquina socialista, é evidente a musicalidade eslava.
www.lyricatransmontana.blogspot.com

Amélia disse...

Quando regressa,amigo?

inominável disse...

é pena os 3 "onde" na mesma frase da biografia, mas pode ser efeito estilístico :)

adorei os poemas...