sábado, dezembro 01, 2007

Caminhos da Poesia Húngara Contemporânea

A poesia húngara contemporânea não deve ser lida a partir de um contrato de leitura demasiado distante daquele que tem sido o destino político do estado Húngaro desde a sua formação. Opinião geralmente aceite, por exemplo, é a de que o povo magiar pagou demasiado caro as alianças que foram levadas a cabo, primeiro com a Áustria dos Habsburgos, aquando da libertação da ocupação turca, e, mais em particular já em pleno século XX, com a Alemanha Nazi, que conduziu ao jugo soviético sobre a Hungria. A derrota sofrida no final das duas Guerras Mundiais teve como consequência para a Hungria, o ter que abrir mão de dois terços do seu território (para as actuais Sérvia, Croácia, Eslováquia e, no mais doloroso caso da Transilvânia, para a Roménia), bem como, e mais significativo ainda, o próprio poder interno, de que se serviram sequencialmente Alemães e Soviéticos. Esta interminável dependência governativa que, se formos a ver bem, remonta no caso húngaro desde o príncipio da sua formação, alimenta e inspira dois dos assuntos mais recorrentes e implícitos na poesia húngara: a diáspora e a dificuldade de integração das minorias, para aqueles que se viram forçados a abandonar a Hungria ou cujo território foi englobado pelos países vizinhos; a censura e a perseguição política, para quantos optaram ou se viram obrigados a ficar. Tentarei em próximos posts apresentar "versões" (porque se tratam de traduções do inglês e do castelhano) de poemas de diversos poetas húngaros cuja leitura me impressionou numa recente viagem a Budapeste. Até breve.


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