Ainda o "Para fazer o retrato de um pássaro"
Caro Poeta,
Cumprimentos. Este meu novo contacto é só para informar que já sei quem é o autor da tradução que lhe mandei. Como não fiquei satisfeito, e como de vez em quando sou persistente (para não dizer teimoso), resolvi investigar, até porque me lembrava muito vagamente de o ter visto publicado. E era verdade! A tradução é do Eugénio de Andrade, publicada pela primeira vez na revista Vértice e depois em 1980 no livro de traduções com o título "Trocar de Rosa". Nele constam dois poemas do Prévert. O outro é o "Bairro Livre", cortado pela censura e que transcrevo abaixo.
BAIRRO LIVRE
Meti o bivaque na gaiola
e saí com um pássaro na cabeça
Então não se faz a continência
perguntou o comandante
Não
não se faz a continência
respondeu o pássaro
Ah bom
desculpe julgava que se fazia a continência
disse o comandante
Ora essa toda a gente se pode enganar
disse o pássaro.
Caro Poeta,
Cumprimentos. Este meu novo contacto é só para informar que já sei quem é o autor da tradução que lhe mandei. Como não fiquei satisfeito, e como de vez em quando sou persistente (para não dizer teimoso), resolvi investigar, até porque me lembrava muito vagamente de o ter visto publicado. E era verdade! A tradução é do Eugénio de Andrade, publicada pela primeira vez na revista Vértice e depois em 1980 no livro de traduções com o título "Trocar de Rosa". Nele constam dois poemas do Prévert. O outro é o "Bairro Livre", cortado pela censura e que transcrevo abaixo.
BAIRRO LIVRE
Meti o bivaque na gaiola
e saí com um pássaro na cabeça
Então não se faz a continência
perguntou o comandante
Não
não se faz a continência
respondeu o pássaro
Ah bom
desculpe julgava que se fazia a continência
disse o comandante
Ora essa toda a gente se pode enganar
disse o pássaro.
Renovo cumprimentos
Amílcar Mendes
2 comentários:
Este poema foi reeditado na "Rosa do Mundo", da Assírio.
Lindo poema
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