
RAINER MARIA RILKE nasceu em Praga, a 4 de Dezembro de 1875. Estudou nas universidades de Praga, Munique e Berlim. Em 1902, em Paris, conheceu o escultor Auguste Rodin e foi seu secretário de 1905 a 1906. Residiu em Munique durante a I Grande Guerra Mundial e em 1919 mudou-se para Sierra, na Suíça, onde se estabeleceu para o resto de sua vida, salvo algumas visitas ocasionais a Paris e Veneza. Morreu a 29 de Dezembro de 1926, em Valmont, Suíça. A seguinte versão do seu poema “A Bola”, constituí mais uma colaboração de Jorge Sousa Braga, no Poesia Ilimitada.
A BOLA
Esférico, que no teu voo não cessas de oferecer
o calor de duas mãos com indiferença.
O que nos objectos não pode permanecer,
demasiado pesado para eles, pouco mas suficiente,
para que não possa, de repente,
deslizar em nós, invisível, a tudo o que lá fora
se alinha, em ti desliza, entre queda e voo,
indecisa. Elevas-te primeiro como se
o tivesses levado contigo, arrebatado,
e libertado, depois inclinas-te e ficas suspensa—
e lá do alto mostras, de súbito,
aos jogadores uma nova jogada,
dispondo-os, como se fossem figuras dum bailado,
para logo a seguir, desejada e esperada por todos,
rápida, simples, natural, sem pesar
voltares a cair nas mãos que se elevam no ar.
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