GUILLAUME APOLLINAIRE
(Roma, 1880 - Paris, 1918)
Poeta francês, filho de uma nobre polaca e de um ex-militar italiano, passa a infância entre Roma, Mónaco, Nice, Cannes e Lyon. Aos 22 anos muda-se em Paris. Escritor claramente à frente do seu tempo, defende a arte dos fauves, apoia o cubismo de Picasso e Braque e mantem-se em contacto com Marinetti e os futuristas italianos. Em 1914, envolve-se na Primeira Grande Guerra e em 1916 é ferido na cabeça. Em 1913 publica Alcools. A força das suas imagens leva-o aos limiares do surrealismo. Apollinaire morre em Paris vítima de uma epidemia de gripe aos trinta e oito anos. Jorge Sousa Braga volta a colaborar, com mais uma tradução, no Poesia & Lda.
69 6666...69...
69 6666...69...
Os inversos 6 e 9
Estão desenhados como uma cifra estranha
69
Duas serpentes fatídicas
Dois pequenos vermes
Número impudico e cabalístico
6:3 e 3
9:3 3 e 3
A trindade
A trindade em toda a parte
Que se encontra com a dualidade
Porque 6=2X3
E trindade 9=3X3
69 dualidade trinitária
E esses arcanos seriam mais sombrios
Mas tenho medo de os interrogar
Quem sabe se não está ali a eternidade
Mais além a morte envergonhada
Que se entretém a assustar-nos
E o aborrecimento me envolve
Como uma mortalha com lúgubres rendas
Esta noite
1 comentário:
Carrilho suplantou G.Apollinaire, para já 8 a 1 comentários.
Os números de Apollinaire
podiam fazer parte de uma estatística para a Câmara de Lisboa ou outra qualquer.
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