ROBERT LOWELL
(1917-1977)
MIDDLE AGE
Now the midwinter grind
is on me, New York
drills through my nerves,
as I walk
the chewed-up streets.
At forty-five,
what next, what next?
At every corner,
I meet my Father,
my age, still alive.
Father, forgive me
my injuries,
as I forgive
those I
have injured!
You never climbed
Mount Sion, yet left
dinosaur
death-steps on the crust,
where I must walk.
§
MEIA IDADE
A monotonia do solstício de inverno
está agora em mim, Nova Iorque
atravessa-me os nervos,
enquanto percorro
as ruas maceradas.
Quarenta e cinco,
e a seguir?, e a seguir?
A cada esquina,
encontro meu Pai,
da minha idade, ainda vivo.
Pai, perdoa as
minhas ofensas,
como eu perdoo
aqueles que
tenho ofendido!
Nunca escalaste
o Monte Sião, porém deixaste
pegadas de dinossauro
na crosta
por onde devo caminhar.
3 comentários:
Gostei de reler.
Quatro estrofes de cinco versos, como que escrevem os 45, a tal meia idade.Terá sido intencional ou calhou,porque o ritmo manda no poeta?
A tradução soa bem. Pergunto só se não seria possível recuperar a dor de dentes implícita na primeira estrofe.Se calhar estou a imaginá-la onde não está. Mas Grind, drill, chewed-up trazem, parece-me um incómodo à boca, que desaparece em português.
Gostei de ver aparecer o solstício de inverno no equinócio da primavera.
Gostei de ler a tradução. Deixo-lhe ficar a minha versão, que fiz para o Poeta Salutor (www.poetasalutor.blogspot.com)
Meia-Idade
Agora o pleno inverno enruga
a minha pele, Nova Iorque
perfura os meus nervos,
quando percorro
as ruas desgastadas.
//
Aos quarenta e cinco,
que virá a seguir? e depois?
Em cada esquina,
encontro o meu Pai,
com vida e a minha idade.
//
Pai, perdoa
minhas feridas,
como eu perdoo
aqueles que
feri.
//
Tu nunca escalaste
o Monte Sião, mas deixaste
velhas
pagadas de morte sobre a crosta,
onde tenho de andar.
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