ANACREONTE nasceu na ilha de Teos, provavelmente por volta de 570 a. C.. Frederico Lourenço organizou, traduziu e anotou "Poesia Grega de Álcman a Teócrito", (Lisboa, Cotovia, 2006), onde chama a atenção para "a força irónica, o enlevo quase metafísico e a amargura erótica" dos fragmentos da sua poesia que chegaram até nós.
BEBER DE UM TRAGO
Vá lá, ó rapaz, traz-me
uma taça, para que eu beba
de um trago. Põe dez medidas
de água e cinco de vinho,
para que novamente eu faça de bacante,
mas sem insolência.
Vá lá então: assim com este
barulho e com esta gritaria
não bebamos à maneira da Cítia,
mas bebamos moderadamente
no meio de belos cantos.
§
A SOMBRINHA DE MARFIM
Dantes ele andava com uma gorra na cabeça, capuz de vespa;
nos ouvidos punha bocados de madeira e à volta das costelas
uma pele de boi sem pêlo,
cobertura imunda de um reles escudo; com padeiras e rameiras
que o queriam andava metido o porcalhão do Ártemon,
sempre em busca de uma vida de intrujices.
Muitas vezes teve o pescoço no pelourinho, muitas vezes
esteve na roda; muita chicotada levou nas costas com açoite
de pele e arrancaram-lhe os cabelos e a barba.
Mas agora o filho de Circe anda de carrinho; usa brincos de ouro
e segura uma sombrinha de marfim,
tal qual as senhoras.
§
A POLDRA DA TRÁCIA
Poldra da Trácia, por que razão
me olhas de soslaio e teimosamente
foges de mim? Será que pensas
que eu não sei nada de jeito?
Fica sabendo que lindamente
eu te poria o freio;
e com as rédeas nas mãos
te faria virar no poste da corrida.
Mas agora pastas nas pradarias,
toda folgazã com teus coices levianos,
já que te falta o cavaleiro experiente
para te montar.
BEBER DE UM TRAGO
Vá lá, ó rapaz, traz-me
uma taça, para que eu beba
de um trago. Põe dez medidas
de água e cinco de vinho,
para que novamente eu faça de bacante,
mas sem insolência.
Vá lá então: assim com este
barulho e com esta gritaria
não bebamos à maneira da Cítia,
mas bebamos moderadamente
no meio de belos cantos.
§
A SOMBRINHA DE MARFIM
Dantes ele andava com uma gorra na cabeça, capuz de vespa;
nos ouvidos punha bocados de madeira e à volta das costelas
uma pele de boi sem pêlo,
cobertura imunda de um reles escudo; com padeiras e rameiras
que o queriam andava metido o porcalhão do Ártemon,
sempre em busca de uma vida de intrujices.
Muitas vezes teve o pescoço no pelourinho, muitas vezes
esteve na roda; muita chicotada levou nas costas com açoite
de pele e arrancaram-lhe os cabelos e a barba.
Mas agora o filho de Circe anda de carrinho; usa brincos de ouro
e segura uma sombrinha de marfim,
tal qual as senhoras.
§
A POLDRA DA TRÁCIA
Poldra da Trácia, por que razão
me olhas de soslaio e teimosamente
foges de mim? Será que pensas
que eu não sei nada de jeito?
Fica sabendo que lindamente
eu te poria o freio;
e com as rédeas nas mãos
te faria virar no poste da corrida.
Mas agora pastas nas pradarias,
toda folgazã com teus coices levianos,
já que te falta o cavaleiro experiente
para te montar.
3 comentários:
Boas tardes, Sou leitor assíduo, tão fiel que estou a sonegar o que publicaram sobre o José Tolentino Mendonça. O estrolabio,blogspot.com está a iniciar uma maratona de poesia.A vossa colaboração seria extremamente enriquecedora.Fica o convite.Um abraço
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