quarta-feira, fevereiro 25, 2009

JOAN BROSSA

JOAN BROSSA (1919-1998) nasceu e morreu em Barcelona. Segundo Isidor Consul, que escreve o prefácio a “Quinze Poetas Catalães” (selecção de Alex Broch e Isidor Consul; tradução de Egito Gonçalves, Limiar, 1994), na obra de Brossadeve ser visto o esforço de actualização do espírito das vanguardas históricas e uma poética em evolução constante. (...) ele foi o fundador do grupo «Dau al Set» com os pintores Tàpies, Ponç, Tharrats e Cuixart, e a sua obra arranca do impacto do surrealismo.» Ainda segundo Consul, «em Brossa o sentido da poesia pode resumir-se encaixando quatro coordenadas: a) um contínuo processo de investigação formal; b) a convicção profunda de que a arte não tem limites nem fronteiras; c) um essencial espírito de pesquisa e de compromisso social, e d) uma manipulação lúdica da realidade.» De saída para Barcelona, aqui deixo um dos poemas de Brossa traduzidos por Egito Gonçalves.




Arlequim mete
no bolso das calças a bolsa de Pierrot.
Pierrot, portanto perdeu a bolsa.
Dómino, o cão de Pierrot, caça perdizes
ao luar.

Pulcinella e Colombina convidam Pierrot a jantar.
Pierrot está desolado.
Com um salto, Dómino aparece no meio da mesa
com as calças de Arlequim.
Já podem imaginar a alegria de Pierrot!
Na manhã seguinte devolvem as calças a Arlequim e brincam
à saúde de Dómino.

Por trás
uma armação ou bastidor percorre de cima
a baixo este poema.
A teia tem um punho na sua parte inferior.
Levantai-a um pouco e o poema ficará
suspenso na ar.


2 comentários:

observatory disse...

o que aconteceu a brossa?

o que lhe fizeram?

Jorge Oppenheim disse...

muita coisa que não conheço. gostei do blogue.