JOAN BROSSA (1919-1998) nasceu e morreu em Barcelona. Segundo
Isidor Consul, que escreve o prefácio a “
Quinze Poetas Catalães” (selecção de
Alex Broch e
Isidor Consul; tradução de
Egito Gonçalves,
Limiar, 1994), na obra de
Brossa “
deve ser visto o esforço de actualização do espírito das vanguardas históricas e uma poética em evolução constante. (...) ele foi o fundador do grupo «Dau al Set
» com os pintores Tàpies, Ponç, Tharrats e Cuixart, e a sua obra arranca do impacto do surrealismo.» Ainda segundo
Consul, «
em Brossa o sentido da poesia pode resumir-se encaixando quatro coordenadas: a) um contínuo processo de investigação formal;
b) a convicção profunda de que a arte não tem limites nem fronteiras;
c) um essencial espírito de pesquisa e de compromisso social, e
d) uma manipulação lúdica da realidade.» De saída para Barcelona, aqui deixo um dos poemas de
Brossa traduzidos por
Egito Gonçalves.
Arlequim mete
no bolso das calças a bolsa de Pierrot.
Pierrot, portanto perdeu a bolsa.
Dómino, o cão de Pierrot, caça perdizes
ao luar.
Pulcinella e Colombina convidam Pierrot a jantar.
Pierrot está desolado.
Com um salto, Dómino aparece no meio da mesa
com as calças de Arlequim.
Já podem imaginar a alegria de Pierrot!
Na manhã seguinte devolvem as calças a Arlequim e brincam
à saúde de Dómino.
Por trás
uma armação ou bastidor percorre de cima
a baixo este poema.
A teia tem um punho na sua parte inferior.
Levantai-a um pouco e o poema ficará
suspenso na ar.
2 comentários:
o que aconteceu a brossa?
o que lhe fizeram?
muita coisa que não conheço. gostei do blogue.
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