sábado, maio 05, 2007

TADEUSZ RÓŻEWICZ

TADEUSZ RÓŻEWICZ nasceu em Radomsko em 1921. Estudou História da Arte na Universidade de Jagueloniana, em Cracóvia. Viveu em Wroclaw durante trinta anos. Poeta, dramaturgo e novelista foi traduzido em numerosos idiomas, sendo considerado um precursor da vanguarda em poesia e drama, um inovador firmemente arraigado na recriação incessante da tradição romântica. Independente, diz-se convencido de uma missão artística que considera um estado de concentração interna, agilidade interior e sensibilidade ética. Różewicz pesquisa as instâncias contemporâneas da crueldade humana. É o fundador de uma tendência chocante da literatura polaca que se concentra na existência, concebida como o esforço para existir, como a luta contra o nada. Jorge Sousa Braga colabora uma vez mais no Poesia Ilimitada, com a tradução de "A Poesia nem sempre...":


A POESIA NEM SEMPRE…

a poesia nem sempre
adopta a forma
de um poema

depois de cinquenta anos
a escrever
a poesia
pode apresentar-se
ao poeta
na forma de uma árvore
de um pássaro
que voa
de luz

adopta a forma
de uma boca
refugia-se no silêncio

ou vive no poeta
livre de forma e de conteúdo


6 comentários:

Menina Marota disse...

"...a poesia
pode apresentar-se
ao poeta
na forma de uma árvore
de um pássaro
que voa
de luz..."


(espero que não se importe que lhe tenha "roubado" um poema e o tenha publicado no meu blogue.)


Um abraço :-)))

Márcia Maia disse...

Esses dois versos finais são soberbos.

manuel a. domingos disse...

que grande poema

JMS disse...

Um poema interessante, sim, mas que não dá, acho, a verdadeira medida da grandeza de Rozewicz. Mas serve optimamente como aperitivo. Uma boa edição da sua poesia é "Selected Poems", Anvil Press, com tradução de Adam Czerniawski.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

A poesia é livre da forma e não tem regras de conteúdo. A poesia não precisa servir a um interese, pois ela vive por si só. Ela é soberana e se nos mostra em toda parte: nos sinais gráficos impressos em papel ou na tela de um computador, no andar do menino na rua, no balancear das folhas ao relento, na lágrima que desce do olho triste da mulher traída, na ideia da existências dos seres fantásticos... A poesia é sublime...