(este post é para o Francisco José Viegas)
MEIR WIESELTIER nasceu em Moscovo em 1941. Chegou a Israel com sua família em 1949, após dois anos de errância com sua mãe pela Polónia, Alemanha e França. O pai havia sido morto servindo o Exército Vermelho em Leningrado. Meir Wieseltier vive em Tel-Aviv desde 1955. Publicou os seus primeiros poemas com 18 anos, formando o chamado “grupo de Tel-Aviv” com Yair Hurvitz e Yonah Wollach no anos 60. Segundo Teresa Martínez, autora da tradução e da introdução de “Poesía hebrea contemporánea” (Hiperíon, Madrid, 1994, 2ªed. 2001), o “grupo de Tel-Aviv” tinha como meta a renovação da poesia hebraica e como tal desafiou a geração anterior, de Ammijai e Zach. Wieseltier quer ser o poeta da realidade crua, cruel, por vezes trivial, sem romantismo, realidade que vê encarnada na cidade de Tel-Aviv, uma cidade feia, brutal, perguiçosa, sensual, marítima, que contrapõe a Jerusalém, a cidade santa, espiritual. Wieseltier assume por vezes o papel de um moralista que procura valores no meio de caos, apesar da sua voz ser alternadamente anárquica e envolvida, sarcástica e lírica. O poema que se segue, com a devida vénia, por mim traduzido do castelhado, resulta da escolha (e tradução do hebraíco) de Teresa Martínez.
POR EXEMPLO, INVERNO
O inverno da cidade desperto
não traz consigo desfolhamento. Amarela
a luz nas janelas. Um vento viaja
pela rua Dizengoff,
junto a uma rapariga que caminha
com amor entre as pernas, faz duas horas
com amor entre as pernas. Sua mãe
dizia: levei-te nove meses sob o coração.
Assim há já duas horas. Também do outro lado da via caminha
gente bela, praticando belas accções. Por exemplo,
Meir Wieseltier arranca um versículo da cabeça e ensina-o aos viandantes
o odor de meu filho é como o odor do campo, The smell of my son is like
the smell of the field
de uma língua a outra passa o forte aroma.
MEIR WIESELTIER nasceu em Moscovo em 1941. Chegou a Israel com sua família em 1949, após dois anos de errância com sua mãe pela Polónia, Alemanha e França. O pai havia sido morto servindo o Exército Vermelho em Leningrado. Meir Wieseltier vive em Tel-Aviv desde 1955. Publicou os seus primeiros poemas com 18 anos, formando o chamado “grupo de Tel-Aviv” com Yair Hurvitz e Yonah Wollach no anos 60. Segundo Teresa Martínez, autora da tradução e da introdução de “Poesía hebrea contemporánea” (Hiperíon, Madrid, 1994, 2ªed. 2001), o “grupo de Tel-Aviv” tinha como meta a renovação da poesia hebraica e como tal desafiou a geração anterior, de Ammijai e Zach. Wieseltier quer ser o poeta da realidade crua, cruel, por vezes trivial, sem romantismo, realidade que vê encarnada na cidade de Tel-Aviv, uma cidade feia, brutal, perguiçosa, sensual, marítima, que contrapõe a Jerusalém, a cidade santa, espiritual. Wieseltier assume por vezes o papel de um moralista que procura valores no meio de caos, apesar da sua voz ser alternadamente anárquica e envolvida, sarcástica e lírica. O poema que se segue, com a devida vénia, por mim traduzido do castelhado, resulta da escolha (e tradução do hebraíco) de Teresa Martínez.
POR EXEMPLO, INVERNO
O inverno da cidade desperto
não traz consigo desfolhamento. Amarela
a luz nas janelas. Um vento viaja
pela rua Dizengoff,
junto a uma rapariga que caminha
com amor entre as pernas, faz duas horas
com amor entre as pernas. Sua mãe
dizia: levei-te nove meses sob o coração.
Assim há já duas horas. Também do outro lado da via caminha
gente bela, praticando belas accções. Por exemplo,
Meir Wieseltier arranca um versículo da cabeça e ensina-o aos viandantes
o odor de meu filho é como o odor do campo, The smell of my son is like
the smell of the field
de uma língua a outra passa o forte aroma.
1 comentário:
quando pensei que já tinha lido o poema perfeito, deparei-me com este...
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