Setembro 22, Sábado, Dia 12
8 h 50 m
Na East Side Bagel, um casal e a filha, de preto.
Eles, pelos cinquenta. Ela, jovem, nos trinta.
Ao entrarem pára a conversa. O remate é em surdina. Só regressamos à voz quando abandonam, servidos.
As prioridades mudaram, entre ânimos e recuos. Como se perante a morte, tivéssemos pudor de estar vivos.
9 h 25 m
Doug I. era banqueiro. Kristen L. professora de inglês. Durante anos foram utentes da mesma linha de metro. Ela entrava primeiro e lia o jornal da manhã. Doug sentava-se à frente, vendo as notícias do verso.
Não falaram até ao dia, quatro anos volvidos, em que ele, ao sair, lhe agradeceu a leitura. Iam casar em Dezembro.
( Lua-de-mel, no Hawai.)
18 h 05 m
Vai um cortejo fúnebre a toda a largura da rua. Avança silencioso, em contra-direcção. Ao todo, três sorrisos.
Fico ligado a este chão. A estes cortejos sem corpo.
23 h 55 m
Demasiado escura, a cidade.
Há um globo de luz que sobe, sob Downtown. Onde há gente a escavar. À procura de um milagre.
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